quarta-feira, 9 de abril de 2008

Me poupem



O que está vivo tem que se mexer, nem que seja em ritmo de tartaruga e preguiça. Mas se conseguir puxar a comida de ladinho, mexendo só um dedo, melhor, é ou não é? Oblíquo. Indireto. Inclinado. Sem continuidade. Só um pouco. De leve. No raso.
Nem longitudinal, fundo e radical, nem transversal, extenso e abrangente, mas enviesado. Nada de mudanças que mudem alguma coisa. Se melhorar piora. Vai levando. Não vai fundo não, no fundo tem lama, vai dar um trabalhão. Fica no chão. Deixa o lixo debaixo do tapete.
Interessa o que toca só as aparências, o que todos olham sem ver, e diz respeito às impressões, não mais. Por fora bela viola – a sabedoria popular é que vale. Varre onde o bispo vai passar. Só pra inglês ver. Interessa fazer uma reputação, uma fama, e depois deitar na cama e colher os frutos. Ninguém vai mesmo lembrar de nada sem ser na diagonal dos últimos dez minutos.
Quem quer saber de raízes? Raiz, só de árvore. Pra que ir mais longe? Não cansa minha beleza. Deixa estar, pega leve. Deixa rolar.
Dar de ombros – assim tá bom, já chega. Essa mania de trabalhar só serve pra lema de eleição. Lembra do cretino que gritava dos palanques “meu nome é trabalho”? O vagabundo destruiu com os pés tudo que os outros tinham feito no capricho com as mãos. Quem mandou os otários darem duro? O mundo é dos espertos, dos nets, dos gérsons, lembram dele? Aquele que tirava vantagem em tudo? Quanto mais burro, mais peixe.
O mais fundo que o malandro chega é debaixo dos panos. E assim mesmo na diagonal, que é pra não cansar.

domingo, 30 de março de 2008

Verdades e mentiras



Não tenho muito medo da mentira. Ela pode ter conseqüências maiores do que se imagina, é verdade, e fazer um estrago em nossa vida. Mas acredito que nada ameaça mais a gente que a verdade – aquela verdade que você gostaria de manter bem escondida dos olhos alheios. Talvez nem seja tão terrível assim – ou pode ser que seja. O que importa é o que representa para a gente ter marcas de acne na pele, por exemplo, mau hálito ou gordurinhas indevidas para a imagem que você considera ideal. Nem sempre porém o mal é assim tão inocente.
Os outros podem ver o que você gostaria que não vissem. Mas pode ser que te traumatize mais que esse defeito seja comentado com maldade do que uma mentira mal-intencionada, da qual você pode se defender com unhas e dentes, provar que não passa de uma lamentável invenção e ainda sair muito bem aos olhos de todos. De quebra, o mentiroso talvez sofra mais do que você mesmo.
A literatura e a vida estão cheias de exemplos do que a intriga e a malícia alheia podem fazer a uma pessoa. Há boatos e fofocas que denigrem a imagem de alguém, que são difíceis de apagar e repercutem na vida. Mas por mais que se sofra por causa de uma falsidade, nada é pior do que ver divulgada uma verdade difícil de admitir e que se gostaria de revogar. O mal cresce, a auto-estima do indigitado encolhe e, dependendo da natureza da coisa, ele ou ela se sentem destruídos de um jeito difícil de se reerguer.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Já dizia o ministro

"Poetas, seresteiros, namorados, correi..."



Desde o primeiro Clair de Lune que pairou sobre os telhados irreais de minha infância, passando por Ouro Preto em noites enluaradas, acho que a Lua não pode ser um mero satélite. Prima do vento, namora o mar, mas rola com as nuvens, instiga as tempestades e some. Não há oráculo nem pesquisa que indique as origens da obnubilação que essa luz feiticeira convoca. Luar em minha opinião é composto por fractais físicos, mentais, espirituais ou só visíveis pelo intelecto e a olho nu. Começa aí o paradoxo - o olho nu do intelecto. Não fosse por essa luz, ficaria bem mais difícil entender que há coisas que não entendemos, ou que entendemos só em parte, ou de que experimentamos os efeitos sem nunca chegar a definir causa suficiente que os explique. Luar tem tudo a ver com todos os eus que carregamos, tormentos e euforias escondidos como caracóis iludidos pela proteção da casca.
Luar é afinal reflexo da luz solar, reflexo de reflexo (fractal, fractal), luz da palidez de um corpo morto que inventa uma vida. Luz da esterilidade física, fecundando tudo que toca. Luz de um corpo de utilidade dúbia, apontado como regente das marés, de crescimentos, humores e de tudo que dizem mas não provam. Estímulo para a visão dos olhos e da imaginação dos homens - a julgar pela quantidade de obras que tem inspirado - e dos cães, a julgar pelos uivos que lhes arranca. Combustível grátis de magias negras e coloridas, bruxarias e assombrações, alimento de medos. Nosferatu. Figura do êxtase, do mistério; terror e seus deleites. Sugere o que a sombra esquece. Luminosidade lânguida que mais esconde que mostra, mãe de todas as ilusões sem futuro, signo ambíguo de bom astral. Inventora de emoções. Acompanhado de brisa, é pele fresca, véu de leve agitado, que roça as coisas e suaviza o sentimento causticante de existir. Se há flores, é perfume, e o silêncio se nutre de sua luz; se a noite é fria, é conforto; se é verão, o luar é o gozo.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Mulher escrevendo


Clarice Lispector.

Escrever era só a sobra. O que restava depois que o dia ia se cumprindo e ela cumpria seu papel – a casa bem cuidada, as garotas na escola, o almoço tão bem temperado, a roupa limpa e guardada, não fossem os vizinhos – ou pior, o marido – chamá-la de relaxada. Tinha uma reputação a cuidar. Dias ainda havia para as compras, estantes e tanta coisa por limpar e arrumar. E sempre, sempre os eternos ciscos, migalhas nas bancadas da copa, poeira aqui e ali, a gordura mal limpa no fogão. Tinha empregada, sim, mas essas empregadas cada dia querem fazer menos e sair mais cedo, uma lástima: todas relapsas.
E ao fim do dia, os momentos de ócio necessários para azeitar as idéias e deixar fluir certa energia semicósmica – porque em parte vinha era de dentro. Nem sabia se era mesmo energia: era mais concreto, como liberar alguma coisa física, um miniparto. E porque nada ainda estava dito, era então preciso colher palavras, limpar a terra, o sangue, a aura estranha e revirá-las sobre o teclado e plantá-las no monitor entre as outras, em seqüência de alguma lógica, às vezes nem isso. Sentir e pesar seu efeito, seu tempo de validade, porque às vezes ficavam murchas, pobres, indigestas ou indigentes de sentido, caso em que nada resolviam de sua necessidade: as palavras são como as cores para o pintor. Há um efeito final a levar em conta que, esse sim, vem de dentro, e é preciso ser fiel a ele. Então deixava passar um tempo e voltava a elas, as palavras. Assim podia ter uma idéia mais clara do que estariam fazendo ali, corrigir algum rumo sem destino como um piloto em vôo. O vôo era sempre meio cego.
Havia tardes e noites em que as palavras pareciam fluir tão facilmente, e ela enchia páginas e páginas seguidas, contente, realizada, achando o tempo um sonho. Mas não durava muito e a dor secreta dos dias voltava a se insinuar. A dor era sempre, não cessaria nunca e se expressava de um jeito sonso, devorando as entrelinhas. Chegava de leve, depois aumentava de intensidade e afinal causava um mal-estar que a obrigava a se curvar como quem carrega um peso maior que suas forças. Então às vezes apareciam poemas no monitor.

terça-feira, 4 de março de 2008

Edição extraordinária


Diogo Brasileiro. Chinelo.

Imagino que o anúncio do fim do mundo, nestes dias de comunicação vertiginosa, daria afinal uma oportunidade às pessoas para se revelarem do jeito que realmente são. Os ansiosos e hipocondríacos com que a gente sempre se esbarra aqui e ali possivelmente vão enfartar ou acabar com a própria vida sem ver o gran finale. E sempre haverá quem acredite que é doce morrer no mar. Ou dormindo, com ou sem gás aberto.
Mas a maioria talvez promova a maior festa de que já se teve notícia.
Afinal, acabou o primado do dinheiro, em razão do qual as pessoas ralaram a vida toda, obedecendo a horários menos ou mais implacáveis. Acabou a obrigação de honrar todos os compromissos, engolir sapo, aturar chefe ou patrão que se odeia ou fazer dieta. Casamentos de conveniência ou cansados de tédio podem enfim dar um alívio a seus reféns. Oprimidos e explorados podem afinal realizar seus sonhos mais libertários – e em alguns casos mais agudos dar vazão a instintos assassinos sem medo da cadeia. Exibicionistas, pervertidos, libertinos e seres assim em geral meio malvistos pela sociedade podem enfim arrancar as máscaras e se acabar na noitada. Cada um vai saber de si, e ninguém será de ninguém, se não quiser ser.
Por outro lado, os crentes, religiosos e místicos de todas as colorações estarão a mil, rezando, orando, cantando em coros desafinados, cumprindo penitências, fazendo procissões improvisadas, pregando enlouquecidos no meio das praças. Mais do que de costume, haverá público para eles, que são especialistas no além; nas horas extremas a credulidade das pessoas, que é diretamente proporcional ao medo, costuma atingir picos nunca dantes navegados.
Mas com certeza deve haver também místicos de profunda vida interior que escolherão acabar em recolhimento e silêncio, e para isso irão buscar o sossego das serras e florestas que ainda restarem por aí, porque os templos estarão entupidos de carolas e o ruído das ruas não lhes dará a paz necessária.
Paralelamente, os que se amam estarão juntos curtindo os últimos momentos com a possível serenidade que só amor de verdade pode dar. Apaixonados, recentes ou crônicos, vão querer morrer se amando, transando ou de mãos dadas em seus lugares prediletos. Artistas talvez prefiram esperar o fim praticando suas artes ou curtindo a beleza que deu sentido a suas vidas.
Não me lembro de ter algum dia parado para pensar em que reação teria diante dessa notícia. Mas já que falei no assunto, acho que ia querer reunir as pessoas que mais amo e liberar as comidinhas, os doces, o carinho e a doçura de estarmos juntos, sabe-se lá se pela última vez.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Rio X Havana: qualquer semelhança é mera pobreza


Havana, 1995.

Nunca fui a Havana. Fechando os olhos, vejo um pequeno ponto num horizonte inconcluso, meio embaçado. É uma terra que de longe brilha e promete. Ou será um espelho? Percebo um clima familiar, cenários que bem poderiam ser os meus. Além disso, as promessas de um grande futuro são velhas conhecidas nossas. De perto não sei como será. Conheço gente que foi e amou, quer voltar e só fala bem. Conheço gente que foi e se desapontou. As gentes se desentendem sobre o assunto, argumentam com a veia do pescoço saltada. Torno a fechar os olhos.

Viajando desse jeito penso nos trens decadentes e parcos, ônibus que línguas maldosas apelidaram de aspirina, porque, dizem, aparecem para aliviar as dores de cabeça de longas esperas. Escolheria na certa um táxi, não tão caro, de motorista amigável, sensível a uma barganha e habituado às agruras da vida, querendo ser útil a qualquer preço, ou talvez a um precinho mais lucrativo, se conseguir me empurrar um de seus artigos clandestinos. Seria talvez leniente com ele, experiência não me falta. Além do que ouço dizer que os riscos de um transgressor havanês são maiores que os de transgressores que conheço mais de perto. E que, apesar disso, o irresistível jeitinho sempre funciona e até pode se tornar uma ameaça séria no caso clássico da combinação otário/cambista.

É uma ilha – não a imensa de Santa Cruz, nem a da fantasia. Existe mesmo, e a ponta oeste da ilha parece querer tocar Cancún, por onde o México contempla o Nordeste. Segundo dizem, não há tempo ruim para ir a Havana, nem mesmo de maio a outubro, quando chove. De dezembro a abril é inverno, e os turistas vêm do Canadá, das europas, todos querendo ver como é o sol mais ao sul. Os da terra tiram férias em julho e agosto e enchem as praias, língua também falada com desenvoltura do lado de cá. Tem festa em Natal, que desde a visita do papa virou feriado nacional; festa na Páscoa; festa no aniversário da inefável revolução – que pela (ideo)lógica de tempos mais duros ignorava as duas anteriores –, e no aniversário do Fidel. E tome salsa a noite inteira. Em fevereiro, tem carnaval (já ouvi isso em outras plagas): desfiles ao longo do Malecón, paradas em frente ao Capitólio. Enquanto a Bolívia conserva o entrudo – um carnaval brasileiro bem porquinho, dos anos 20 –, Cuba celebra sua festa de modo mais compatível com o que conhecemos aqui: o ritmo, as mulatas, o calor dos corpos que vão à forra e aquela liberalidade unânime que arrasta mesmo quem não dança. Ou será que não? A miragem fica embaçada e tenho que recorrer a fantasias, vergonhosamente inconfiáveis como toda fantasia, que me fazem ver um vago temor nos olhares da festa. Continuarão assim nos tempos pós-Fidel?

As festas religiosas e até uma procissão tradicional perduram, abastecidas pela mistura afroeuropéia de crenças e sincretismos, pelo misticismo que não consegue dispensar um bom terreiro, orixás, santerías para conseguir proteção e ter com quem se agarrar nos maus sucessos, amalgamado ao Deus dos cristãos, marcado a ferro e fogo nas gerações mais antigas e introjetado extra-oficialmente nas mais novas. Em dezembro, concorridíssima festa de são Lázaro, de popularidade em tudo semelhante à de são Jorge do dragão. Familiar, pois não?
O povo gosta de um agito, vida noturna e importados de contrabando. Tem sangue quente e ama a vida – aquela que o diabo gosta e nós também. Adoram feriados, que coincidência, mas conseguiram menos que nós aqui. O governo promove festivais culturais o ano todo, já que a iniciativa privada anda à míngua ou nem anda. O colonial de lá é espanhol, o daqui é português; mas não é pouca coisa partilhar com eles a experiência de um passado quase fatal, a simpatia, o calor humano, o sensualismo, o misticismo resistente e o jeitinho que quase tudo consegue, permite e encobre.

Pobreza? Em nossa cidade nóis sofre mas nóis goza. Decadência? A gente também tem. É páreo saber onde se mora pior, se lá ou aqui. Do ponto de vista de minha miragem, Havana é assim tipo ruas sujas da Lapa carioca dos tempos de Madame Satã, prédios semi-arruinados, águas nada confiáveis, monumentos arquitetônicos e tradições que amolecem o coração. O plus fica por conta do ardor cívico que lá, por força da situação, faz a diferença todo dia – e aqui fica por conta da Copa do Mundo.
Compatíveis com nossa natureza sociável, um botequim – dizem que maravilhoso – chamado Bodeguita del Medio, e um bar americano, o Floridita, concorrem com nossos pontos de atração na caça a turistas. Lá como aqui, não só os estabelecimentos, mas as pessoas batalham incansavelmente atrás de turistas multirrentáveis, que se interessem por informações, serviços diversos, pelas mulheres locais e por alguma coisa de fumar ou beber. A atitude e o gesto têm a mesma natureza, e o cenário é o do comum pauperismo criativo – razões à parte. E se os naturais de lá precisam de turistas de boa vontade para provar os drinques que Hemingway imortalizou, os de cá não ficam atrás; a diferença é que, se falta turista, no Rio se apela para os passantes, incautos ou não, mesmo quando se trata simplesmente de comer, o que não deixa de ser um processo extra-oficial de redistribuição de renda. Ou então – e aqui falo muito mais dos cariocas, porque a cana lá é muito mais dura – assaltam o bacana, a velhinha, o colegial ou quem estiver à mão. Mas quem sabe até onde chegarão esses havaneses sem a sombra e os limites do Nome do Pai?

Dizem (e alguns até dizem que provam) que as maiores diferenças correm por conta da eficiência dos serviços básicos de educação e saúde de lá. Não sei, ainda não abri os olhos. Ouço dizer que ninguém fica fora da escola, que o ensino é de qualidade, que há medicamentos e médicos bem formados para todo mundo, hospitais bem equipados e pesquisadores de tirar o chapéu. Tenho a impressão de que minha miragem surgiu justamente desse foco de sedução civil. E miragem é o que o coração enxerga.
Talvez Havana tenha mais eco, mais memória, mais museus que o Rio. Terá com certeza belezas particulares imperdíveis, a Praça da Catedral, artesãos de fim de semana, torres e castelos dos mais antigos das Américas. Os contrastes, se não me engana a miragem, entram em campo usando as camisas do passado e do presente e batem um bolão. E quanto ao resto – bom, cada cidade ecoa seus próprios terrores, oficiais ou não.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Palavras vividas


Foto Ane Baylor.

Catarse é uma palavra forte e rude como uma grande camponesa de mãos quadradas e grossas. Também como a camponesa, tem um veio de consolação e a suavidade da poesia.

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Uma verdade desencarnada e invisível não passa de um vazio.
A verdade de certas pessoas no entanto ressuma dos poros como uma espécie de luz que não se pode ver a olho nu. A verdade só pode ser percebida a coração nu.

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Riqueza é uma palavra de largo espectro, mas não é ambígua. Sempre que se fala em riqueza, fala-se de alguma coisa estimável, que tem um valor por si mesma. Minha avó, por exemplo, chamava a mim e aos outros três netos suas riquezas. Meu pai achava o Rio uma riqueza e se extasiava diante dos recortes e das montanhas de nossa cidade. Mais tarde tive um chefe, um economista que ficou mais ou menos famoso, que adorava dizer essa palavra. Era como se saboreasse uma trufa de chocolate ou um daqueles doces de casamento que só de lembrar dão água na boca. Mas sempre se referia às riquezas materiais, todas traduzíveis em dinheiro.
Aprendi com meu amor que as riquezas que se consegue obter nesta vida, sejam elas de que tipo forem, devem ser cuidadas com o carinho que se dedica a um presente dado por alguém importante para nós. É o jeito mais bonito e mais doce de fruir as coisas boas sem a cobiça, que desfigura a alegria e enfeia a riqueza, nem aquele apego de dono que deixa as pessoas ranzinzas.

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Platão foi um estudante de direito que conheci há muitos anos. Platão Fagundes da Silva era o nome todo dele. Tinha uma cara hirsuta, o coração ameno e estava noivo-de-aliança-no-dedo. Na época, isso era um pouco misterioso para mim, porque não conseguia ver claro a diferença entre namoro e noivado, nem por que este estado devia obrigatoriamente preceder o casamento. Platão no entanto definia uma imagem de noivo que era como uma das idéias puras do outro Platão, o da Grécia antiga. Um bom rapaz, a quem devo essa pequena pacificação sobre o que seria o noivado.