Theo
G. Alves. A casa miúda. Currais
Novos, edição artesanal, 2005. 95 p.
O próprio passado, recriado em
crônicas e contos de Theo G. Alves, gerou um presente que não fala de saudade –
entendendo por saudade o desejo impossível de repetir o que já foi, de reviver
a vida da memória. Pode ser que esse jovem do Rio Grande do Norte sinta falta
de alguém ou de algum lugar de seu breve passado, mas isso só diz respeito a
ele próprio.
O mesmo não acontece com o texto
de Theo. Para os leitores, A casa miúda
– um título alusivo talvez à tenra idade – é produto de experiências
poéticas, contatos e percepções reprocessados e reconstruídos. A matéria prima
é viva e úmida, mas o produto é nitidamente diferenciado e enriquecido de
conquistas e aperfeiçoamento.
A escolha dos temas tangencia
muitas vezes um memorialismo, que no entanto não se explicaria senão pelo viés
poético com que ele os focaliza e que lhes dá uma vitalidade universal. Theo não narra sua história de
vida, ainda muito breve e restrita, mas fala de sua intensa aventura
existencial traduzida em narrativas curtas, deliciosas como o “Exercício de
poesia nº 26 – Antônio e o escafandro”, plenas de referências como “Meu
silêncio é Gregor Samsa” ou personagens marcantes como “João Doido”.
Theo G. Alves apenas começa, e
começa bem. Certamente muitas outras casas ainda estão por vir. Bem-vindo,
Theo.
3 comentários:
Belo texto, querida Dade.
Beijos do Ivan
que alegria nos reencontrarmos assim. e sinto saudades, adade. você está entre estas saudades.
beijo grande!
que alegria nos reencontrarmos assim. e sinto saudades, adade. você está entre estas saudades.
beijo grande!
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