Afinal, penso
o pensamento de quem? Se é o meu mesmo, por que recebe tanta influência dos
outros? Será que tem que ser sempre assim?
Às vezes fico
assombrada com a uniformidade de determinados discursos. Vivemos à sombra de um
emaranhado de ideias e pontos de vista ditados por interesses que não
conhecemos e não são os nossos. Não dá para confundir gestos e atitudes
impulsivas com opiniões próprias.
Há uma
diferença sensível entre o que de fato acontece na vida real e o que chega a
nosso conhecimento via mídia. Aderimos um pouco sem sentir à opinião de um ou
outro colunista que admiramos, pelo que sabemos dele e por suas ideias. Até aí,
tudo bem. Mas é preciso cuidado com o efeito cumulativo desse processo.
Acabamos nos condicionando a pensar pela cabeça dos outros, o que não se
recomenda, por melhores que os outros sejam.
O risco da
pressão que a mídia e as opiniões recorrentes exercem sobre nós é maior do que
normalmente se imagina. Fica muito fácil pensar como todo mundo – afinal, por
que ser diferente? Conheço pessoas que se escandalizam com posições
discordantes daquelas da maioria que as cerca. Isso corresponde mais ou menos
ao que se costuma chamar de senso comum. No entanto, o senso comum é um dos
piores inimigos da liberdade de pensamento e do bom senso, justamente por ser
um dos maiores responsáveis por essa cultura deficitária e desfalcada que
predomina em nosso país.
Sem informação,
com a pouca instrução que a escola nos garante e viajando nos universos da tevê
e das revistas comerciais e alienadas que nos cercam, como juntar as peças para
um raciocínio mais alerta? Como entender realmente os fatos, assumir uma
atitude diante deles, ter uma opinião clara e definida?
Afinal, penso
o pensamento de quem? Se é o meu, preciso ficar alerta para avaliar até que
ponto a influência dos outros está me impedindo de pensar e agir de modo
coerente com o que realmente desejo e espero da vida.
3 comentários:
Você Escreve o que pensa, com certeza!
Beijo
Bom demais, Dade!
Beijos nossos!
Um ótimo texto, Dade!
Beijo do Ivan
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