sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Leituras





Imagino que leitura quer dizer alguma coisa que vai desde pegar um texto e juntar as letras, as palavras, perceber um sentido nesse texto, até fazer uma leitura dinâmica, transversa, de frente pra trás e vice-versa, e perceber um ou mais sentidos nesse texto, concordar ou não com ele ou simplesmente ficar sabendo o que alguém ou alguma instituição quis dizer com aquilo.
Existe também uma leitura de puro lazer, como algumas pessoas encaram a coisa – “adoro ler!” – sem maiores conseqüências. Nesse caso fica muito vago definir o que significa “ler”. Pode ir desde mera fofoca até folhetos de propaganda para alimentar um consumismo desenfreado; recreio para o pensamento, curiosidade, vontade de aprender ou conhecer alguma coisa ainda muito distante; viajar por lugares desconhecidos, auto-ajudar-se, aprender novas receitas ou busca de romantismo e emoções que o dia-a-dia em bruto não oferece muito.
Leitura pode ser distração, e geralmente é, mas pode também abrir caminho para uma quase cumplicidade com quem escreveu. Isso acontece quando o leitor se identifica com o que lê, se sente atingido por um modo de expressão, desperta para novas visões de si próprio ou das pessoas e do mundo que o cercam.
É nesse ponto, eu acho, que se abre um caminho que pode levar muito longe, a um jeito novo de conceituar a leitura, que a torna imprescindível, parte integrante do cotidiano. Pode formar um leitor que interage com o que lê, que se integra ao texto, pondo nele sua contribuição pessoal, suas vivências, todo o conjunto de suas experiências de prazer e dor, e conjuga essas experiências às que o autor expressa. Um leitor que se mistura subjetivamente ao texto e tira desse processo uma satisfação que pode ser chamada de estética.

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