Dia Metral vivia mergulhado em suas lucubrações. Era um tipo radical, fechadão e de poucos amigos. Desde os tempos de escola, nunca admitiu ser contrariado ou desmentido em nada, embora sistematicamente contrariasse todo mundo.
Quando se apaixonou por uma vizinha, moça muito dócil, e decidiu que se casaria com ela, foi vapt-vupt: em dois meses eram marido e mulher. A senhora Metral, que se chamava Peri, agora Peri Metral, mantinha a calma em qualquer situação e tentava resolver tudo na conversa. Contornava as situações com muito tato e diplomacia. Evitava brigas com vizinhos que contrariavam Dia e amansava-o com jantares e sobremesas deliciosas.
O rabujice e a teimosia de Metral no entanto começavam a incomodar a pobre mulher além da conta. Tentou discutir a relação com ele, mas a resposta foi um taxativo vai pra cozinha. Peri, que nunca tomava decisões impensadas e contornava todas as dificuldades, foi ficando como se diz por aí cheia de tanto radicalismo e acabou pedindo o divórcio. Dia Metral ficou azul, roxo, vermelho e depois deu um murro na mesa. Peri correu para o quarto com medo dele, mas conseguiu o que queria: deixou de ser Peri Metral e voltou a usar o nome dos pais, senhor e senhora Frase.
Peri Frase não demorou muito a encontrar outro marido, o cordato Circunlóquio, que se tornou o homem de sua vida e com quem teve uma ninhada de filhos encantadores e prolixos.
Quanto a Dia Metral, após dez anos de solidão, encontrou enfim a musa de seus sonhos e não perdeu tempo: casou com ela e viveram brigando para sempre como cão e gato. A nova paixão se chamava O. Posta.
8 comentários:
Adelaide, só tenho uma coisa a dizer:
HAHAHAHAHAHA!
Ótima, essa!
Um abraço.
Ó chamateia que fala da saudade
Ó canção que pões um brilho nos olhos
Ó mulher que tens a forma da viola
Ó que espalhas paixões aos molhos
E o cantar da meia-noite
A todos encanta e seduz
Cantar até que morra a voz
Cantar até que haja luz
Vem tocar uma Viola de dois corações
Bom fim de semana
Mágico beijo
Oi, menina.
Passei aqui para agradecer o seu voto no meu texto para a "Blogagem coletiva" do Fio de Ariadne.
Obrigado!
Um beijo!
William Lial
Pra te avisar, prima, que tô voltando à lida do blog. Quer dizer, assim espero ;-)
Maravilha de conto, Adelaide!
Muito bom!
Oi amiga,estou passando para pedir um favorzinho, se for possível e der prá vc votar no meu blog nesse link abaixo, vou te agradecer muito!
http://elainegaspareto.blogspot.com/
obrigada viu...!
beijinhos!*.*
Uma história do dia a dia contada com imensa graça. Gostei mesmo. Um beijo.
Os sonhos cabem numa bola de sabão
Levada por uma brisa zombeteira
Subiu alto e tocou o rosto de um anjo
Que sorriu de uma doce maneira
Passou a rasar uma nuvem
Daquelas que cobrem o azul
Fez um bailado de círculos
E decidiu seguir para sul
Bom feriado e fim de semana
Mágico beijo
Postar um comentário