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Durante duas semanas deixo de ler jornais e revistas, não vejo mais
noticiário de tevê nem quero saber das notícias de política e polícia,
muito menos das que misturam as duas e que são cada vez mais frequentes.
Estou louca pra ver se isso muda alguma coisa na minha cabeça. Se mudar
para melhor, repito a dose. Alienação? No, babies. Entrei num período
de desintoxicação mental.
· Afinal, penso o pensamento de quem? Se
é o meu mesmo, por que tem tanta influência dos outros? Se não é meu,
como se explica que eu, e não outro, diga o que acho que penso? Às vezes
fico assombrada com a uniformidade de determinados discursos. Vivemos à
sombra de um emaranhado de idéias e pontos de vista ditados por
interesses que não conhecemos e não são os nossos. Não dá pra confundir
os gestos e atitudes correntes e repetidas com opiniões próprias.
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Uma coisa que me deixa cabreira é a diferença entre o que de fato
acontece na vida real e o que chega a nosso conhecimento via mídia.
Aderimos um pouco sem sentir à opinião de um ou outro colunista que
admiramos, pelo que sabemos dele e por suas idéias. Até aí, tudo bem.
Mas parece que isso tem um efeito cumulativo. Acabamos nos condicionando
a pensar pela cabeça dos outros, o que não se recomenda, por melhores
que os outros sejam.
· Enquanto isso, vou pondo em dia as leituras
que se acumulam em pilhas, perigando desmantelar alguns livros antigos,
heranças de papá e de um tio bacana.
13 comentários:
Talvez por isso é que Fernando Pessoa considerou seu heterônimo mais cético como Mestre. Boa pedida a sua; se der certo, você terá uma fila de seguidores...
Beijos
o regresso à origem matricial: o homem e o espaço de si próprio. por momentos recordas-me thoreau e rosseau...
um abraço!
Uma sábia atitude. Apóio completamente, pois já faz um bom tempo que não me "informo" através dessa mídia cotidiana e viciada. Essa avalanche de fatos e fotos acaba superlotando nosso espírito de "nada", e um "nada" tendencioso e aflitivo. Desde que tomei essa atitude, sinto menos cansaço e menos urgência (aquela que a gente sente sem saber do quê).
Depois relate sua experiência. Gostaria mesmo de saber o resultado.
Beijokas.
Reler é sempre uma boa pedida. Encontramos sempre um livro diferente. Um dia terei paz e dinheiro para poder apenas ler Proust.
Beijo grande
Gostei dessa decisão de desintoxicação mental...
Um beijo.
"Uma coisa que me deixa cabreira é a diferença entre o que de fato acontece na vida real e o que chega a nosso conhecimento via mídia."
tenha certeza que pouco vivemos a realidade nos é apresentada de inúmeras maneiras, mas tem pouco de real, só sabemos dela por completo quando dor em nós , já nas alegrias são poucas coisas
Realmente, melhor recorrer aos livros. Fiquei imaginando (vc já sabe como sou)os livros do seu pai e do tio bacana. Boas leituras.
Queridos, estou saindo de viagem e o tempo anda curto demais. Volto semana que vem, e espero pôr em dia as visitas aos amigos.
Beijos.
Eu gostaria muitíssimo mesmo de me permitir esse luxo - justamente nesse momento...
É, mas agora eu não consigo mesmo.
Bemm desejo sucesso pra você aí no seu processo de desintoxicação!
Sorte e saúde pra todos
Desintoxicação mental: boa dica!
Excelente texto, Dade!
Abraço, amiga!
Às vezes eu tenho a maior vontade de nunca mais acompanhar as notícias e viver informacionalmente isolada. O mundo cansa...
Boa desintoxicação procê.
Adorei a viagem ao mesmo lugar, texto ótimo.Queria tbém ganhar livros de heranças, rsss
com carinho
Hana
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