domingo, 30 de março de 2008
Verdades e mentiras
Não tenho muito medo da mentira. Ela pode ter conseqüências maiores do que se imagina, é verdade, e fazer um estrago em nossa vida. Mas acredito que nada ameaça mais a gente que a verdade – aquela verdade que você gostaria de manter bem escondida dos olhos alheios. Talvez nem seja tão terrível assim – ou pode ser que seja. O que importa é o que representa para a gente ter marcas de acne na pele, por exemplo, mau hálito ou gordurinhas indevidas para a imagem que você considera ideal. Nem sempre porém o mal é assim tão inocente.
Os outros podem ver o que você gostaria que não vissem. Mas pode ser que te traumatize mais que esse defeito seja comentado com maldade do que uma mentira mal-intencionada, da qual você pode se defender com unhas e dentes, provar que não passa de uma lamentável invenção e ainda sair muito bem aos olhos de todos. De quebra, o mentiroso talvez sofra mais do que você mesmo.
A literatura e a vida estão cheias de exemplos do que a intriga e a malícia alheia podem fazer a uma pessoa. Há boatos e fofocas que denigrem a imagem de alguém, que são difíceis de apagar e repercutem na vida. Mas por mais que se sofra por causa de uma falsidade, nada é pior do que ver divulgada uma verdade difícil de admitir e que se gostaria de revogar. O mal cresce, a auto-estima do indigitado encolhe e, dependendo da natureza da coisa, ele ou ela se sentem destruídos de um jeito difícil de se reerguer.
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5 comentários:
A verdade, quase sempre, é desinteressante. Penso que as mentiras são muito mais saborosas. Como não dependo de minha imagem pública para nada (o meu filme já é queimado há muito tempo) abuso de mentiras sempre que posso. E quando a verdade vem à tona, já não faz muita diferença. Um abraço.
Não concordo, Halem... a verdade também é muito interessante e, como escreveu a Adelaide, dói mais do que a mentira. E tem a vantagem de não ter de parecer verosímil!
Assino e dou parecer! A verdade, às vezes, ...
A política está aí pra não nos deixar "mentir".
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Abraço forte!
Andei a passear por aqui e gostei!
A verdade quase sempre dói mais, mas a recompensa pode ser maior. E o prazer de uma consciência tranquila também é ouro!
Às vezes é preciso uma meia-verdade, ou uma mentirinha... que quanto a mim, acaba sempre por ser descoberta!
beijinhos
Ah, menina, a verdade dói mesmo por isso me alio a Cazuza que dizia: "mentiras sinceras me interessam...". Gosto mesmo é da ilusão, sou uma iludida incorrigível.
Massa, o texto! E também gostei do texto abaixo, sobre o luar. Além de iludida sou aluada ;-)
Beijos.
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